segunda-feira, abril 18, 2011

Como se faz um ROUBO...

TGV português já custou 300 milhões mesmo sem um quilómetro de linha.
A soma inclui os estudos e projectos desenvolvidos pela RAVE e os montantes aplicados e reclamados pelos concorrentes à linha Lisboa/Madrid.....
O investimento público realizado através da RAVE (Rede de Alta Velocidade) desde 2001 supera os 100 milhões de euros, verba que não é recuperável se o projecto for suspenso, reconhece o auditor da empresa nas contas de 2009: "A recuperabilidade dos referidos valores depende da continuidade e da viabilidade do projecto que está na origem da constituição da RAVE."
Os últimos números públicos, de 2009 apontam para um valor acumulado de 107,4 milhões de euros, número que terá ultrapassado os 120 milhões de euros o ano passado, considerando as contribuições do Orçamento do Estado e dos fundos comunitários, que superam 10 milhões de euros. Este esforço foi canalizado para estudos e projectos e consultorias várias, tendo sido maioritariamente financiado pelo Orçamento do Estado. Para estudos, o TGV nacional obteve 36 milhões de euros em fundos comunitários. Em 2010, o Orçamento do Estado contribuiu com 7,3 milhões de euros. Nos últimos três anos, as transferências via PIDDAC atingiram 27,5 milhões.
Ao dinheiro público há que somar o investimento já feito pelos privados, neste caso os concorrentes que se apresentaram aos dois concursos lançados para a linha Lisboa-Madrid. Estes números vão servir de referência para futuros pedidos de indemnização ao Estado, caso a linha seja cancelada.
Mais complexa é a situação do único troço adjudicado. O contrato Poceirão-Caia está formalmente em marcha, mas não há obras no terreno, nem expropriações, porque falta o visto do Tribunal de Contas. O consórcio Elos diz que já aplicou entre 100 e 150 milhões de euros. Estes encargos reflectem o investimento na fase de projecto e os custos do financiamento - que até subiram. Os privados tiveram de assumir mais risco financeiro com a renegociação do contrato para responder às reservas do Tribunal de Contas.
Se o Estado cancelar o contrato, matéria que deverá ficar para o novo governo, há lugar a indemnização, que terá de cobrir não só danos emergentes, mas também lucros cessantes.
Ou seja, já todos percebemos a razão pela qual um Sócrates QUERIA TANTO o TGV....
Como se faz um ....ROUBO!!!